Antiga expressão, actualmente caída em desuso, “como é a sua graça?” era uma forma de perguntar a alguém o seu nome.
Claramente por influência das telenovelas brasileiras, são hoje vulgares os nomes Bruno, Cátia, Fábio, Leandro, Márcio, Sónia,Tiago, Vanessa...
Como é bom de ver, a actual onomástica aboinense não foge à regra e, a esse propósito, vem-me à memória um sucesso musical do António Variações, popularizado pelo “Humanos”, que a determinado momento diz: “Maria Albertina como foste nessa / de chamar Vanessa à tua menina”.
O que motiva a presente postagem é revelar quais os nomes dados aos seus filhos pelas famílias aboinenses no período compreendido entre 1655 e 1700.
Recorda-se que, por normativo do Concílio de Trento (1545-1563), estabeleceram-se em todas as paróquias os registos baptismais, que exigiam a adopção de um sobrenome, ou nome de família, e que o nome de baptismo teria de ser um nome cristão, de santo ou santa.
Veja-se então, no quadro abaixo, quais os nomes preferidos pela população de Aboim para os seus filhos e filhas nesses recuados tempos, na segunda metade do século XVII.
Verifica-se, portanto, que uma pessoa nascida nesse tempo, se fosse rapaz, chamar-se-ia predominantemente Manuel, João, António ou Domingos. Se fosse rapariga, as preferências iam dominantemente para Maria - o que revela o fervor religioso da população e a importância do culto mariano - e, só depois, para Catarina, Domingas, Isabel ou Luísa.
Parabéns pela iniciativa, não sendo amarantino, S. Pedro de Aboim tem um cantinho no meu coração. Vou seguir com particular atenção este blogue.
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